quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tudo muda em um piscar de olhos.
Mas Deus nunca pisca!!!!!!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Para meu grande amor


Há alguns instantes, numa desoladora solidão da falta tua, estou tentando reconfigurar anciosamente por meio deste papel inerte, este enefável estar contigo que é hoje todo o fim da minha vida, a minha suprema e única vida, nos sinto dois corpos numa só alma. É que longe da tua presença, cesso de viver, as coisas para mim cessam de ser- e fico como morta no meio de um mundo vivo.
Apenas, pois, me finda esse perfeito e curto momento de vida que me dás, só com o pusar junto de mim e murmurar meu nome; recomeço a aspirar desesperadamente para ti, como uma ressurreição!
Antes de te amar, antes de te receber das mãos de meu Deus, o que era eu?
Uma sombra flutuando entre sombras. Mas tu vieste, para me fazer sentir a minha realidade, e me permitir que eu bradasse também triunfalmente o meu " Amo, logo existo!" E não foi só minha realidade que desvendaste, mas também a realidade de todo este universo, que me envolvia como um intelegível e cinzento montão de aparências.
Quando me permitiu em teus ombros repousar, nem eu te soube explicar, como passei a admirar coisas que antes nem enxergava, como se não percebe a vermelhidão das rosas ou o verde tenro das relvas antes do nascer do sol.
Foste tu que iluminaste o meu mundo. No teu amor recebi minha iniciação.
Agora entendo, agora sei.
Vê pois, se jamais te deixarei escapar dos meus braços!? Por isso mesmo és minha divindade, para sempre e irremediavelmente estás preso dentro de minha adoração.[...]
O que eu desejaria na verdade é que fosses invisível para todos como não existente, que perpetuamente em estofo informe escondesse o teu corpo, uma rígida mudez ocultasse tua inteligência. E só para mim se revelaria a tua perfeição rutilante.
Vê quanto te amo, e o quanto o amor que sinto é egoísta.
Por isso há mim um incessante desespero de não saber amar condignamente, ou antes de não saber tratar o hóspede divino do meu coração.
E em meio a uma terrível contradição, desejaria por vezes, envolverte todo em uma felicidade imaterial, seráfica, calma infinitamente como deve ser a Bem- aventurança, e assim deslizar-mos enlaçados atravéz do silêncio e da luz, muito brandamente, num sonho cheio de certeza, saindo da vida a mesma hora e indo continuar no além o mesmo sonho estático. E outras vezes desejaria arrebatar-te, numa felicidade viemente, tulmutuosa, fulgurante, toda de chama, de tal sorte que nela nos destruísse-mos sublimente, e de nós só restasse uma pouca de cinza sem memória e sem nome! [...] mas de nenhuma dessas formas te sei amar, tão fraco e inábel é meu corção, de modo que por meu amor não ser perfeito, tenho que me conteter que seja eterno.
O sangue novo que me circula nas veias, o espírito novo que em mim sente e compreende, são o meu amor por ti. Só posso deixar de te amar quando deixar de ser. E a vida contigo e por ti, é tão inexpremívelmente bela.
Assim não receio, todo meu te sei para sempre, olho o mundo em torno de nós, como um paraíso para nós criado, e durmo segura sobre teu peito na plenitude da glória.
Não pense que estou compondo cânticos em teu louvor. É em plena simplicidade que me deixo escapar oque esta borbulhando na alma...
Ao contrário, toda a poesia, de todas as idades, na sua gracilidade ou na sua majestade, seria impotente para exprimir o meu êxtase.
Balbucil, como posso, a minha infinita oração. E nesta desoladora insuficiência do verbo humano, é como a mais inculta e mais iletrada, que te asseguro a única verdade, melhor que todas as verdades......
... TE AMO, TE AMO, TE AMO E TE AMO...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te : Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração

Rifa-se um coração quase novo.

Um coração idealista.

Um coração como poucos.

Um coração à moda antiga.

Um coração moleque que insiste

em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um

pouco usado, meio calejado, muito machucado

e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.

Um pouco inconseqüente que nunca desiste

de acreditar nas pessoas.

Um leviano e precipitado coração

que acha que Tim Maia

estava certo quando escreveu...

"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,

é isso que eu espero...".

Um idealista...Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.

Que não endurece, e mantém sempre viva a

esperança de ser feliz, sendo simples e natural.

Um coração insensato que comanda o racional

sendo louco o suficiente para se apaixonar.

Um furioso suicida que vive procurando

relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer

sempre os mesmos erros.

Esse coração que erra, briga, se expõe.

Perde o juízo por completo em nome

de causas e paixões.

Sai do sério e, às vezes revê suas posições

arrependido de palavras e gestos.

Este coração tantas vezes incompreendido.

Tantas vezes provocado.

Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional

que abre sorrisos tão largos que quase dá

pra engolir as orelhas, mas que

também arranca lágrimas

e faz murchar o rosto.

Um coração para ser alugado,

ou mesmo utilizado

por quem gosta de emoções fortes.

Um órgão abestado indicado apenas para

quem quer viver intensamente

contra indicado para os que apenas pretendem

passar pela vida matando o tempo,

defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente

que se mostra sem armaduras

e deixa louco o seu usuário.

Um coração que quando parar de bater

ouvirá o seu usuário dizer

para São Pedro na hora da prestação de contas:

"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,

só errei quando coloquei sentimento.

Só fiz bobagens e me dei mal

quando ouvi este louco coração de criança

que insiste em não endurecer e,

se recusa a envelhecer"

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por

outro que tenha um pouco mais de juízo.

Um órgão mais fiel ao seu usuário.

Um amigo do peito que não maltrate

tanto o ser que o abriga.

Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,

mas que incomoda um bocado.

Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda

não foi adotado, provavelmente, por se recusar

a cultivar ares selvagens ou racionais,

por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio,

sem raça, sem pedigree.

Um simples coração humano.

Um impulsivo membro de comportamento

até meio ultrapassado.

Um modelo cheio de defeitos que,

mesmo estando fora do mercado,

faz questão de não se modernizar,

mas vez por outra,

constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence

seu usuário a publicar seus segredos

e a ter a petulância de se aventurar como poeta.